O fim de uma coisa é a possibilidade do começo de outra. Cinza é uma paisagem passageira. Um encontro com matérias-arquivo, com pedras de escombros de uma casa que foi um dia.
Um gesto e a sua permanência. Deslocar memórias, desfazê-las, compor uma paisagem no espaço e um desenho no tempo. Os rastos do passado que foi e a fricção na borda do que não será mais.
Que memórias devem ser dissipadas? O que precisa de ser transformado?
g    a    s    t   a    r          g    e    s    t    o
Cinza é uma experiência na permanência de um instante, um trabalho que investiga a coreografia espacial a partir da relação com matérias e as forças subtis que emergem a partir disso, na tentativa de desprotagonizar o humano e dar a ver o não-humano, habitando o vazio não como falta mas como possibilidade de abertura.
Uma casa que se torna pedra.
Uma pedra que se torna pó.
O pó que se torna fumaça.
A fumaça que se torna espaço.