O QUE FAZER DAQUI PARA TRÁS
VERSÃO EXPANDIDA
Esta performance é um subproduto da obra O que fazer daqui para trás, uma peça que tem um dispositivo muito simples: os performers correm por um teatro até ficarem em absoluto estado de exaustão e, nessa condição exausta, retornar a um palco vazio – apenas segurando no centro um microfone em uma arquibancada – para compartilhar com o público uma experiência que tiveram lá fora (algo que viram, sentiram, imaginaram). Para que esse dispositivo funcione, o corpo precisa estar à beira do colapso, mas na verdade não pode entrar em colapso. O corpo precisa estar exausto, mas não cansado. Como Deleuze coloca: “o cansado apenas esgotou a realização, enquanto o esgotado esgota todo o possível” O dispositivo precisa de performers esgotados porque precisa deles para esgotar “aquilo que não se realiza pelo possível”.
Essa versão expandida compartilha o conceito dramatúrgico básico da versão cênica com duas diferenças principais: a primeira é que os performers, ao invés de gerar o discurso oral como forma de tradução de suas experiências nas ruas, eles produzem discursos físicos na forma de ações e situações que traduzem um fragmento da experiência que tiveram fora do espaço da performance. Em segundo lugar, o público não ficará parado e frontal como se estivesse em um teatro, mas será convidado a circular em um espaço aberto entre as imagens e situações geradas pelos performers.
À medida que a performance avança, o espaço vai se enchendo de despojos, rastros e rastros deixados pelos performers, produzindo uma espécie de instalação de “presenças ausentes”, resultado que é mais uma diferença do trabalho original (que visualmente termina exatamente como começou ).
Conceito e direção: João Fiadeiro
Participantes:
Aline Belfort (BR), Andrei Bessa (BR), Bárbara Cordeiro (PT), Bartosz Ostrowski (PL), Bruno Levorin (BR), Carolina Canteli (BR), Chloé Saffores (FR), Francisco Thiago (BR), Giovanna Monteiro (BR), Herlandson Duarte (CV/PT), Jean Lesca (FR), Katarina Lanier (US), Katinka Wissing (DK), Leonardo Shamah (BR), Leonor Lopes (PT), Leonor Mendes (PT), Lucas Damiani (UY), Nazario Díaz (ES), Nicole Gomes (BR), Nirvan Navrin (PT), Piero Ramella (IT), Roberto Dagô (BR), Rosa Sijben (NL), Ves Liberta (PT), Vicente Antunes Ramos (BR).